Dr. Maurício Cordeiro

CÂNCER DE BEXIGA

O câncer de bexiga é uma doença silenciosa, que na fase inicial evolui sem apresentar sinais e sintomas. Mas, com o passar do tempo e com a progressão do carcinoma, podem surgir alguns sintomas como: Sangramento na urina, indolor e intermitente, é o sintoma e o sinal mais comum, ocorrendo na grande maioria dos pacientes. Sintomas como aumento da frequência, urgência urinária e dor ao urinar constituem a segunda apresentação mais freqüente de câncer de bexiga, estando especialmente associados a tumores invasivos e mais agressivos.
O carcinoma de células transicionais, ou carcinoma urotelial, é o tipo mais comum e responde por cerca de 95% dos casos de câncer de bexiga. A idade média ao diagnóstico é de 70 anos, sendo três vezes mais frequente em homens que mulheres. O risco do homem apresentar o tumor ao longo da vida é de 3,8%, ou seja, em média um em cada 26 homens apresentará câncer de bexiga; já a chance no sexo feminino é de 1,2%, apenas uma em cada 87 mulheres terá esse diagnóstico. Apesar da menor incidência de câncer de bexiga no sexo feminino, a chance de óbito é até 30% maior do que o observado em homens, acredita-se que o pior resultado observado em mulheres decorra de atraso no diagnóstico do tumor, uma vez que os sintomas decorrentes do câncer de bexiga como sintomas urinários irritativos e sangramentos possam ser erroneamente interpretados como sintomas decorrentes de infecção do trato urinário, que constitui doença altamente prevalente em mulheres .
Fatores de Risco
A exposição a carcinógenos é o principal responsável pelo desenvolvimento da maioria dos cânceres de bexiga. O tabagismo (especificamente o consumo de cigarros) é o principal responsável chegando até 50% dos casos em homens e até 40% dos casos em mulheres. 30% dos tumores de bexiga provavelmente resultam da exposição ocupacional a carcinógenos no local de trabalho, como a benzidina. As ocupações em risco são trabalhadores em indústria de metal, indústria de borracha, indústria têxtil e pessoas que trabalham com impressões. Acredita-se que cabeleireiros também possam estar em risco devido a sua freqüente exposição a corantes de cabelos. Certas drogas como a ciclofosfamida e o fenacetina são conhecidas como causar predisposição ao câncer de bexiga. Irritação crônica da bexiga (infecção, pedras na bexiga, catéteres) predispõe a um carcinoma de células escamosas da bexiga. Aproximadamente 20% dos casos ocorrem em pacientes sem fatores de risco.
Tratamento
O tratamento é determinado pelo grau de gravidade que a doença se apresenta. O principal recurso terapêutico é a cirurgia:
Ressecção transuretral da bexiga (RTU bexiga) procedimento realizado por via endoscópica onde o tumor quando superficial é “ raspado” e enviado para análise patológica
Cistectomia remoção completa da bexiga seguida de reconstrução com segmento de alça instestinal indicada para casos invasivos onde o tumor atingiu camadas mais profundas da parede vesical.